quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Coetzee e Foster Wallace: acadêmicos sem fraque – por Antônio Xerxenesky

IMS | 26.12.2011, 19:18
Comecei a compilar, mentalmente, casos de autores que criticam o mundo acadêmico. O número de escritores que adota esta postura é tão grande que arrisco dizer que isso se tornou uma tendência das letras contemporâneas. Há, por um lado, os casos bastante diretos, como o de Jonathan Franzen, em As correções, e o de Zadie Smith em Sobre a beleza. Ambos os autores praticam um realismo muito próximo do romance de costumes, e suas críticas são sempre através do comportamento de seus personagens. Há outros escritores, no entanto, que passaram por uma mudança de paradigma. Iniciaram suas carreiras fascinados por teoria literária e foram progressivamente abandonando esta paixão, até se tornarem críticos de várias facetas da academia. É o caso, acredito, de David Foster Wallace e J.M. Coetzee.
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O jargão acadêmico está na raiz da obra de David Foster Wallace, seja a ficcional ou a ensaística. Graduado em filosofia e obcecado por lógica, Wallace fez das notas de rodapé peças onipresentes em seu texto. O autor americano também usa vários termos comuns em dissertações e teses, mas que geram estranheza em contos, como “i.e.”, “[sic]”, “ref.” “cf.”.
O primeiro romance de DFW, The broom of the system, foi vítima do fascínio pelo mundo acadêmico, pelo menos na opinião do autor. Na longa entrevista que cedeu a David Lipsky, Wallace conta que o seu editor sugeriu uma mudança no final de The broom of the system, e o escritor respondeu o editor com uma carta de dezessete páginas explicando como aquele final representava uma conversa entre Derrida e Wittgenstein, entre presença e ausência. O editor aceitou a argumentação e não mudou o final. Em 1996, ano da entrevista com Lipsky, Wallace demonstra ter mudado de ideia. “Quer saber? É um documento teórico brilhante, mas um final de merda”. O autor justifica o que considera ser o “fracasso” do livro no fato de que, para escrevê-lo, não conseguiu se soltar de seus laços com a teoria literária: “Eu estava com quatrocentas mil páginas de filosofia continental e teoria literária na cabeça, e eu iria usar isso para provar que era mais inteligente do que ele”. Para encontrar sua voz como ficcionista, Wallace considera que precisou se libertar das amarras acadêmicas – e fez, pelo menos em minha leitura, uma crítica particularmente venenosa à teorização exagerada em seu conto A pessoa deprimida, incluído no livro Breves entrevistas com homens hediondos. Neste conto, a história da pessoa deprimida em questão é progressivamente “dominada” por notas de rodapé, que tomam espaço na página e lotam o texto de um jargão que não consegue dizer nada, de fato, sobre aquela pessoa. Mas é claro: Wallace faz estas críticas “de dentro”. Professor universitário, o autor americano parece sentir, no mesmo nível, atração e repulsa por teoria – seja esta filosófica, psicanalítica ou literária.
Conversando com o escritor Vinicius Castro, especialista em Foster Wallace e interlocutor valioso deste meu texto, ele apresentou o seguinte insight sobre o assunto: “Acho que ele [DFW] tinha uma atração enorme pela academia e pela abstração intelectual sofisticada, mas também um medo enorme de soar pretensioso e de se deixar seduzir pelo jargão automático e o palavrório vazio. Talvez por isso ele equilibrasse os tiques de i.e., e.g. e n.b. com o registro bastante informal e cheio de gírias. Querendo soar como um professor de Oxbridge de boné virado pro lado e skate debaixo do braço. Acho que dá para dizer que ele localizava inautenticidade nesses registros muito pretensiosos e auto-envolvidos (embora tivesse algum gosto por eles), assim como no manuseio retórico da publicidade e na autoconsciência hipertrofiada dos personagens dele. Nada escapava, afinal de contas”.
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Mais interessante e complexo é o caso do sul-africano J.M. Coetzee. Em seu fascinante livro de ensaios Doubling the point (1992, infelizmente nunca lançado no Brasil), diz não ser um filósofo “treinado”, e que sente maior liberdade procurando respostas teóricas na ficção do que na crítica. Ainda assim, os ensaios de Doubling the point estão mergulhados em teoria pesada. Um exemplo é o caso do ensaio sobre The burrow, de Kafka, um artigo excelente no qual o autor sul-africano analisa os tempos verbais empregados pelo escritor tcheco para tentar compreender como funciona o tempo na obra de Kafka. É curioso observar que a compilação de ensaios que Coetzee lançou quinze anos depois, Mecanismos internos, não tem quase nada de teórico. O autor sul-africano era muito mais fascinado por teoria pesada, acadêmica, forrada de referências a Derrida e Foucault, no início de sua carreira.
Também precisa ser analisado o fato de que o primeiríssimo livro de Coetzee, Dusklands, já começa com um jogo metaficcional – e a metaficção (o artifício de expor que certo texto é ficcional, o que pode se dar de várias formas, geralmente colocando um “livro dentro do livro”) tem profunda ligação com o pensamento acadêmico. Coetzee, em Doubling the point comentará que “a metaficção logo perde sua atração” e que “escrever sobre escrever não oferece muito prazer narrativo (e não sou ascético ao ponto de renegar o prazer narrativo)”. No entanto, apesar deste comentário, o autor sul-africano nunca abandonou este dispositivo literário, e continuou utilizando-o (e revolucionando-o) até em seus livros mais recentes, como Diário de um ano ruim.
Ainda assim, sinto que Coetzee passou por uma mudança de paradigma, no sentido de que começou a carreira como um entusiasta do mundo acadêmico tendo, depois, abandonado esta perspectiva. Como possível prova para a hipótese que levantei, apresento o caso de Foe/Elizabeth Costello.
Em Foe (1986), Coetzee reconta a história de Robinson Crusoé do ponto de vista de uma mulher, que teria sido excluída da história por Daniel Foe (que ainda não se chamava Defoe). Foe, em inglês, significa inimigo, e aqui teríamos um caso exemplar de um narrador masculino que, ao contar a história, apaga traços e constrói a sua versão da história, que passará a ser encarada como “oficial”.
Porém, em Elizabeth Costello, de 2003, Coetzee nos apresenta sua alter ego,  Elizabeth Costello, que escreveu um livro onde conta a história de Ulisses do ponto de vista da mulher, isto é, de Molly Bloom. A ligação deste livro fictício com Foe é bastante óbvia. O detalhe é que em Elizabeth Costello a personagem-título se vê perseguida no primeiro capítulo por acadêmicos que tentam extrair dela opiniões acadêmicas e posições políticas que ela, autora, não é capaz de oferecer. A narradora descreve toda a cena na Universidade com uma ironia brutal, especialmente ao falar sobre uma professora feminista que diz ser sua admiradora. Costello ainda faz uma declaração radical, que serve de crítica ao seu próprio passado (e, por consequência, ao de Coetzee e seu Foe): “Não podemos parasitar os clássicos para sempre. Precisamos inventar algumas coisas nossas também”. Já no segundo capítulo, Coetzee apresenta através de Costello uma crítica aos estudos literários focados na identidade nacional, ao mostrar uma Costello que não se sente à vontade ao falar sobre “nós, os africanos”, quando ela escreve sobre assuntos ocidentais (como Joyce) e não trabalha diretamente com estes temas.
Isso não quer dizer, claro, que Coetzee seja um antiacadêmico, muito menos que esteja em uma campanha contra os estudos culturais ou algo assim. O que faz o autor sul-africano tão fascinante de ler é o fato de que ele apresenta uma crítica “de dentro”. Assim como Wallace, é fascinado por muitos aspectos da teoria acadêmica, mas se revela crítico a diversas facetas deste universo. E, como em todos os textos de Coetzee, não há uma mensagem clara ou uma resposta, apenas ambivalência, dúvida e muitas, muitas perguntas.
* Na imagem da home que ilustra este post: a obra de Guy Laramee, da série The Great Wall

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Simplismente Ghery



Simplismente Ghery

Cine Milton HATOUM

Cineastas buscam Amazonas de Hatoum


Com ajuda do escritor, Marcelo Gomes e Guilherme Coelho procuraram locações em Manaus e arredores
Os romances "Órfãos do Eldorado" e "Relato de um Certo Oriente" devem ser filmados a partir de 2012 Marcelo Gomes (de chapéu, à esq.) embarca coma equipe para viagem pelo rio Negro

GABRIELA LONGMAN
ENVIADA ESPECIAL A MANAUS

Milton Hatoum trabalha para terminar seu próximo romance, "O Lugar Mais Sombrio", com lançamento para 2012. Longe da sombra, porém, sua literatura se espalha, ganhando novas traduções, ensaios e releituras.



Anunciada em agosto de 2010, a transformação de "Dois Irmãos" em minissérie da Globo demora a sair -não há previsão para o início das filmagens. Enquanto isso, o cinema ocupa seu espaço. Diretor de documentários, Guilherme Coelho ("Fala Tu") viu no romance "Órfãos do Eldorado" o que buscava para sua primeira ficção.



Premiado com "Cinema, Aspirinas e Urubus", o pernambucano Marcelo Gomes encontrou Hatoum num evento e confessou: sonhava em adaptar o "Relato de um Certo Oriente". Ganhou um olhar arregalado -e o consentimento do escritor.



Mas por que filmar justamente o "Relato"? "Porque é infilmável", responde. "É um livro sobre pontos de vista. E o que é o cinema se não isso, um ponto de vista?"



Embora sejam dois projetos distintos, a literatura de Hatoum e a amizade entre os diretores transformou-os numa empreitada conjunta. Ao longo de quatro dias, a Folha acompanhou os dois cineastas por Manaus e arredores, ciceroneados pelo escritor.



Ao grupo juntaram-se Maria Camargo, corroteirista dos dois filmes, Karen Harley, montadora dos filmes anteriores de Marcelo (e codiretora de "Lixo Extraordinário"), e a assistente de direção de Coelho, Letícia Simões.



Entre fotos, anotações, perguntas e registros, cada um tentava, a seu modo, se aproximar ao máximo da paisagem "hatouniana".



Coelho, que pretende filmar em 2012, saiu em busca de possíveis locações; Gomes, ainda em primeira pesquisa e filmagens previstas só para 2013, atrás da "poética do cotidiano" da região -cheiros, cores, sabores da Amazônia recordados por Hatoum. "Não há literatura sem memória. Imaginação e memória são irmãs siamesas", lembra o autor.



A incursão passou pelo centro histórico da cidade, pelo antigo bairro dos ingleses e culminou num passeio de barco pelo rio Negro.



Há uma diferença crucial de ambientação: para o "Relato de um Certo Oriente", Gomes precisa da atmosfera de Manaus, mas precisa sobretudo de um casarão, o velho casarão de Emilie, a matriarca da família libanesa em torno da qual se estrutura o livro -uma casa é um mundo.



Para "Órfãos do Eldorado", Coelho precisa de uma pequena cidade ribeirinha, a Vila Bela do livro, onde vive a dinastia dos Cordovil, em seu palácio branco. Precisa de figurantes indígenas e algumas cenas de porto. Busca ainda um lugar perdido no tempo, a ilha esquecida no meio do rio Negro onde se esconde Dinaura, fonte de todo amor e toda ruína do narrador.



"Costelas de areia branca e estirões de praia em contraste com a água escura; lagos cercados por uma vegetação densa; poças enormes, formadas pela vazante, e ilhas que pareciam continente. Seria possível encontrar uma mulher naquela natureza tão grandiosa?", nos pergunta Hatoum nas últimas páginas de "Órfãos...".



Seria, parece responder o cinema, caminhando em rumo norte.



A jornalista GABRIELA LONGMAN viajou a convite da produtora Matizar

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Nobelizado PAMUK e a arte da ficçao


ENTREVISTA Folha de S.Paulo

'Cada vez há mais romances lidos no mundo', diz Pamuk
Otimista com o futuro do gênero literário que o levou ao Nobel, escritor turco lança livro sobre a arte da ficção
O autor, que vem ao Brasil para o Fronteiras do Pensamento, lança "O Romancista Ingênuo e o Sentimental"

Orhan Pamuk perdeu a conta de quantos já lhe perguntaram, comovidos: "Kamal é você?"
Kamal é o sujeito que remói um amor perdido em "O Museu da Inocência", o romance mais recente e o primeiro depois do Nobel.
"'Kamal é você?' é a pergunta de um tipo de leitor ingênuo, que não se dá conta de que a escrita é artifício", o escritor turco lembra à Folha, por telefone, de Nova York.
O contrário do ingênuo é o reflexivo, ou sentimental, para usar a definição do poeta alemão Friedrich Schiller no século 18.
Um tipo não deve, porém, substituir o outro. O ideal é, recomenda Pamuk, que coexistam num mesmo leitor. "Aprecie o livro, como faz o ingênuo, e reflita sobre por que o aprecia, como faz o sentimental."
Não só a leitura se enquadra nessa tipologia, como a própria construção de romances, como demonstra em "O Romancista Ingênuo e o Sentimental", novo volume que reúne as conferências proferidas em 2008 como escritor visitante em Harvard.
Pamuk, usando a pintura como metáfora e fio condutor, explica como os grandes romances são construídos para fazer o leitor se sentir dentro, e não fora da paisagem, e os leva a buscar o "centro secreto", o sentido.
Há romances que, para um leitor não especializado, é difícil de entrar, certo? "Esse é um eterno problema da literatura. Não há como solucionar. Um escritor tem o direito, se quiser, de escrever como James Joyce. Mas mesmo os irlandeses que nunca leram Joyce sabem que é importante e o respeitam".
Caiu o interesse pela ficção, como certa vez previra Gore Vidal, para quem romances vão se tornar restritos como a poesia se tornou?
"Isso é mentira. Os romances não estão morrendo", reage Pamuk. "Cada vez há mais romances escritos e lidos no mundo. É o que escuto de meus editores na China, na Índia. Demograficamente, há bilhões de pessoas que só agora começam a ter acesso aos romances."
Pamuk é também mais otimista que seu colega de Nobel, Mario Vargas Llosa, que esta semana, na Feira do Livro de Guadalajara, disse temer a banalização da literatura pela internet. "A internet nos faz ler mais. E torna a compra de livros mais barata. Vão mudar coisas, mas o romance não vai desaparecer."
JOSÉLIA AGUIAR
COLUNISTA DA FOLHA
O ROMANCISTA INGÊNUO E O SENTIMENTAL
AUTOR Orhan Pamuk
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 34 (152 págs.)
TRADUÇÃO Hildegard Feist

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A excêntrica família de Björk
Nova safra de cantoras renova o pop com som experimental, visual esquisito e vocais que fazem lembrar a islandesa


CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Um verso de "There She Goes, My Beautiful World", do soturno músico australiano Nick Cave, diz que St. Vincent é o nome do hospital em que morreu o poeta galês Dylan Thomas -de quem Bob Dylan pegou seu nome.
Tanta referência sombria é um deleite para a cantora Annie Clark, 29, que fez de St. Vincent seu codinome, sob o qual lançou, no mês passado, o disco "Strange Mercy".
Entre as influências da norte-americana estão contos de fadas e citações macabras. "Tem luto por todo o disco. Em 'Chloe in the Afternoon', criei outro final para o filme 'Amor à Tarde', de Éric Rohmer (1972). Em 'Surgeon', tirei a frase 'venha me cortar' de um diário de Marilyn Monroe", conta St. Vincent, que, sem querer, lidera a nova onda de cantoras "cabeça".
Seu talento descende bem mais da excêntrica Björk do que da sensual Madonna. Há ainda referências a Kate Bush, britânica famosa nos anos 1970, e PJ Harvey, que causou um rebuliço na cena alternativa nos anos 1990. Elas próprias estão com tudo.
Anteontem, Björk lançou seu novo álbum, "Biophilia", e Kate Bush lançou o single "Wild Man", considerado seu melhor em décadas pela "NME". já PJ Harvey levou o Mercury Prize, o maior prêmio da música britânica.
Em comum, elas têm a esquisitice de temas e a mescla de estilos: rock, jazz, música clássica, eletrônica e folk. De diferente, são bonitas, mas não posam de gatinhas. Usam roupas estranhas, cantam com os cabelos sobre o rosto e, quando dançam, são desengonçadas. Mais do que o estilo, elas têm voz. Não raro, estudaram ópera, que transpira em sua música, também cheia de menções a literatura e filosofia.
"Adoro o escritor Hunter S. Thompson [de 'Medo e Delírio em Las Vegas']: louco, zeloso, sem restrições", diz a cantora Class Actress, cujo disco, "Rapprocher", sai no Brasil em formato digital pelo selo Vigilante, no dia 18.
Uma curiosidade: assim como St. Vincent, ela também adora Marilyn. "Ela era tão esperta, tão sensível", diz. Tal e qual o fim trágico à vida cheia de glamour do maior símbolo sexual dos anos 1950, o que as inspira é essa mistura entre sal e açúcar.
"Adoro contos de fadas como os dos irmãos Grimm. Eles podem ser muito doces, mas, ao mesmo tempo, assustadores", diz St. Vincent. "Sempre gostei de coisas agressivas ou 'down'. Adorava heavy metal. Iron Maiden e Slayer. Você sabe, 666", explica.
Filha de russos, Nika Roza Danilova, 22, emprestou os nomes do escritor Émile Zola e de Jesus Cristo para formar o pseudônimo Zola Jesus, que lançou o álbum "Conatus" e vem ao Brasil em janeiro.
Sua história lembra a do filme "Hanna", de Joe Wright (2011): cresceu na floresta, o pai era caçador, e só grandinha conheceu a civilização.
Sua música resulta desse background. "Eu me inspiro em paisagens, no isolamento, e em filósofos que falam sobre o sofrimento humano."

ZOLA JESUS
ORIGEM Phoenix (EUA)
ESTILO gótico, eletrônico
HIT "Vessel"
DISCO "Conatus" (Sacred Bones, 2011; não deve sair no Brasil)
INSPIRAÇÃO natureza, os filósofos Friedrich Nietzsche e Arthur Schopenhauer

CLASS ACTRESS
ORIGEM Nova York (EUA)
ESTILO pop, eletrônica
HIT "Keep You"
DISCO "Rapprocher" (sai aqui pelo selo Vigilante em formato digital)
INSPIRAÇÃO teatro, Hunter Thompson, Marilyn Monroe

EMA
ORIGEM Dakota do Sul (EUA)
ESTILO noise rock, indie
HIT "The Grey Ship"
DISCO "Past Life Martyred Saints" (Souterrain Transmissions, 2011; não deve sair no Brasil)
INSPIRAÇÃO "O Mágico de Oz", mitologia viking

AUSTRA
ORIGEM Toronto (Canadá)
ESTILO new wave, eletrônica
HIT "Lose It"
DISCO "Feel It Break" (Domino, 2011; não deve sair no Brasil)
INSPIRAÇÃO ópera, mitologia letã (do país Letônia), morte, música judaica

OH LAND
ORIGEM Copenhague (Dinamarca)
ESTILO pop, eletrônica
HIT "Sun of a Gun"
DISCO "Oh Land" (Fake Diamond, 2011; não deve sair no Brasil)
INSPIRAÇÃO teatro, balé, ópera

GLASSER
ORIGEM Los Angeles (EUA)
ESTILO eletrônica, experimental
HIT "Apply"
DISCO "Ring" (True Panther, 2010; não deve sair no Brasil)
INSPIRAÇÃO o cineasta David Lynch, o poeta grego Homero

ST. VINCENT
ORIGEM Dallas, Texas (EUA)
ESTILO rock barroco, indie
HIT "Cruel"
DISCO "Strange Mercy" (4AD, 2011; não deve sair no Brasil)
INSPIRAÇÃO contos de fada, o poeta Dylan Thomas, Marilyn Monroe, filmes da Disney

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em busca de viabilidade, grupo adota conselheiros de prestígio

DE SÃO PAULO

"Artista não tem visão empresarial", afirma a atriz Bete Coelho.
"Lugar de artista é no palco, e não na sala de espera das grandes empresas, mendigando patrocínio", acredita Maurício Magalhães, presidente da agência de comunicação Tudo.
Não é novidade a luta travada pela maior parte da classe teatral do país para viabilizar seus próprios projetos.
Foi em busca de alternativas a essa realidade que Bete Coelho e Ricardo Bittencourt, fundadores da companhia BR 116, criaram um novo modelo de grupo.
No coletivo, são acompanhados por Magalhães, pela advogada especializada em leis de incentivo cultural Cris Olivieri, e profissionais de diversas áreas de atuação.
Seguindo os princípios do voluntariado, o coletivo se ampara em conselheiros não remunerados, dispostos a disponibilizar tempo, conhecimento, prestígio e contatos com o objetivo de tornar a BR 116, fundada em 2010, uma companhia sustentável. Fazem parte do conselho da BR 116 o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, o ex-jogador de futebol Raí e a atriz Regina Braga, entre outras pessoas.
"Vou ajudar com contatos e com um olhar de fora. Minha contrapartida será aprender sobre arte", explica Raí.
Segundo Miranda, "a ideia de um grupo gerido profissionalmente e que não se deixa contaminar pelo capitalismo é novidade na área teatral"
Para ele, o renascimento da BR 116 sob o conceito de voluntariado cultural pode marcar "o início de um novo caminho para o teatro".
Já para Bete Coelho, é o primeiro passo para que o teatro possa "erguer-se como indústria, como já aconteceu com a música, o cinema, a literatura e a arte contemporânea". (GM)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011


SABATINA FOLHA UOL JEFF KOONS
Minha arte deve melhorar a vida dos espectadores


ARTISTA AMERICANO, NO BRASIL PARA MOSTRA COMEMORATIVA DOS 60 ANOS DA BIENAL DE SÃO PAULO, AFIRMA QUE ARTE "É ALGO TERAPÊUTICO E É AUTOAJUDA" E NEGA QUE SEJA IRÔNICO

ROBERTO KAZ
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

O artista americano Jeff Koons, 56, entrou e saiu do palco do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, aplaudido como ídolo de rock. Seu discurso, no entanto, lembrou o de um pastor evangélico ou, ainda na seara cultural, o de um escritor de livros de autoajuda.
Autor de "Balloon Flower (Magenta)", escultura vendida há três anos, em Londres, por US$ 26 milhões (R$ 48 milhões), Koons disse, repetidas vezes, que o objetivo de sua arte é "melhorar a vida de seus espectadores".
Portou-se como metralhadora de clichês, dizendo que "o artista tem de confiar em si mesmo, seguir seus interesses e, automaticamente, estará tudo a seu favor" ou que "em arte, aceitando sua própria história, é possível chegar a um ponto de transcendência".
Autor de obras supostamente críticas ao mercado, Koons afirmou não se interessar em "ser um artista irônico, mas em ajudar a comunidade".
Questionado sobre como uma peça vendida a milhões de dólares ajuda o próximo, mudou de assunto, como faria repetidas vezes em seguida.
Koons está no Brasil como convidado da exposição "Em Nome dos Artistas", que celebra os 60 anos da Bienal de São Paulo, com obras do museu Astrup Fearnley, de Oslo.
Antes da abertura da mostra para convidados, ele participou de sabatina Folha UOL no Auditório Ibirapuera.
O evento, que contou com a presença de cerca de 700 pessoas, foi mediado por Fernanda Mena, editora da Ilustrada, e contou com a participação de Fabio Cypriano, crítico da Folha, do jornalista Daniel Benevides, do UOL, e da crítica e curadora Lisette Lagnado, que realizou a 27ª Bienal de São Paulo, em 2006.
Ao final, Koons deixou no ar uma dúvida: seu discurso seria realmente ingênuo e simplista ou seria ele dono de um profundo cinismo, capaz de iludir, por mais de uma hora e meia, a plateia que lotou o auditório?
Leia, abaixo, os principais trechos do encontro:

IRONIA
A palavra ironia significa muitas coisas para pessoas diferentes. Não penso em ironia dessa forma [em que algo é dito sem corresponder ao que se quer dizer].
Para mim, ironia é olhar para as coisas de outro ponto de vista, mas não acho que ironia tenha que ter uma conotação negativa.
Não sou um artista irônico. Há ironia em meu trabalho porque há muitos pontos no meu trabalho, mas não essa questão negativa, cinismo ou outras camadas negativas. Talvez essa seja uma qualidade.
Se você acha que meu trabalho é simples, o que é melhor filosoficamente? Achar algo simples ou negativo?
Estou ajudando minha comunidade fazendo trabalhos objetivos.

AUTOAJUDA
Arte é, sim, algo terapêutico e é autoajuda.
Todo momento na vida de alguém é autoajuda. Não sei quando isso acaba ou se deve acabar, mas acredito que sim. Arte é terapêutica. É educativa, põe as pessoas em contato com coisas que não veriam, mas, se é terapia, não posso afirmar. Creio que artistas estão sempre buscando maior intensidade, maior sentimento.

AUTORIA
Esse tipo de tensão [entre arte feita pelo artista e aquilo que ele delega a seus assistentes] é algo em que penso todos os dias.
Mas existe um real sentido de beleza em estar fisicamente envolvido em algo. Você pode fazer gestos na vida sem fisicamente fazê-los. Pode ser um gesto intelectual ou algo grandioso o suficiente que pode até levar à transcendência.
Matisse fez coisas incríveis só recortando e colando. Há formas de não depender do corpo, como Duchamp fazia com os "ready-mades".
Eu emprego cerca de 200 pessoas, mas é como mandar num dedo.
Todos os assistentes estão tentando atingir essa meta estabelecida por mim, essa visão que eu mostrei qual era.
Uma vez que você tem a visão, pode chegar a qualquer lugar. Tenho a visão do que quero fazer e desenvolvo sistemas precisos para mostrar como isso deve ser executado para ficar exatamente como eu quero.
A última vez que pus a mão num quadro meu faz uma década. Seria como Deus, o chefe de operações de uma grande empresa, ser o responsável que está olhando para tudo, para ter certeza de que as árvores não percam as folhas, alguém que precisa se reportar aos acionistas.

COPYRIGHT
Em tudo que fiz, sempre pedi permissão [para se apropriar de imagens]. Sempre que achei que tivesse que pedir permissão, eu pedia.
O único motivo pelo qual eu me preocupei com [os aparadores de livros em formato de] "Balloon Dog" é que eles estavam sendo vendidos em lojas de museus, e as pessoas pensavam que eram meus.
Havia cachorrinhos vendidos na internet e vendiam como se fossem meus, mas eu nunca fiz edições dessa forma. Eu acredito que a lei de copyright é importante como forma de manter um diálogo e acredito que as pessoas devem brigar por direitos quando acharem necessário. Não é tudo preto e branco.

PORNOGRAFIA
Eu amo a arte de Manet, Boucher, Fragonard, a Vênus de Willendorf, poesia, sensualidade. Eu aproveito a vida, gosto da ideia de procriação, então acho que arte é um veículo que nos ajuda a comunicar nossos potenciais e como podemos viver uma vida a mais vasta possível.
Muitas coisas nos excitam, como andar de montanha-russa. Mas ter interesse em atos de procriação ou interesse no corpo não é necessariamente pornografia.
A arte lida com experiências estimulantes, em que certas reações químicas acontecem.
Nossos corpos respondem à excitação, ao perigo.
As pessoas não tinham um problema com a beleza do corpo humano, isso não quer dizer que temos sempre de pintar folhas de figueira e panos para aceitar nossos corpos. ["Made in Heaven", série em que aparece com Cicciolina, sua ex-mulher, em posições eróticas] É uma série que fala da beleza do corpo em seu sentido mais clássico.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Estrelas globais das artes, Damien Hirst, Jeff Koons, Cindy Sherman e Matthew Barney estão em mostra comemorativa do aniversário da Bienal de SP

OS NETOS DE ANDY WARHOL

Estrelas globais das artes, Damien Hirst, Jeff Koons, Cindy Sherman e Matthew Barney estão em mostra comemorativa do aniversário da Bienal de SP

Eduardo Knapp/Folhapress
"Mother and Child Divided", obra de Damien Hirst, na mostra comemorativa

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

ma vaca e um bezerro cortados ao meio flutuam em um tanque cheio de formol.
Esse espetáculo de atração e repulsa ocupa um espaço central do pavilhão da Bienal de São Paulo, no Ibirapuera.
O britânico Damien Hirst é o artista por trás dessa natureza-morta literal.
Seus excessos visuais pautaram a geração de norte-americanos "blockbuster" escalados para a exposição "Em Nome dos Artistas", que celebra 60 anos da Bienal paulista -espécie de aquecimento para a sua 30ª edição, que ocorre apenas em 2012.
Nas últimas décadas, a produção de nomes como Jeff Koons, Richard Prince, Cindy Sherman e Matthew Barney deixou para trás a noção clássica de artistas plásticos em seus ateliês espartanos.
Eles se tornaram celebridades, esticando aqueles 15 minutos de fama tão propagados por Andy Warhol.
O flerte com a indústria do entretenimento se tornou, em certos casos, matrimônio: Koons foi casado com a ex-atriz pornô italiana Cicciolina e Barney divide a vida com a cantora islandesa Björk.
Suas contas bancárias também são dignas de estrelas. Em pleno cataclismo financeiro global de 2008, Hirst vendeu R$ 500 milhões em obras num leilão-espetáculo em Londres, um dos epicentros da crise do crédito.
No mesmo ano, uma escultura de Koons foi arrematada por R$ 48 milhões e Sherman bateu recorde com uma foto vendida por R$ 7 milhões.
"É verdade que esses artistas têm enorme visibilidade", diz Gunnar Kvaran, curador do museu norueguês Astrup Fearnley, que emprestou as obras da exposição. "Eles são como os netos de Warhol que entraram no 'star system'."
Na mostra é possível entender como isso aconteceu.
Numa pintura, Koons faz sexo oral com Cicciolina, Sherman se autorretrata como a Virgem lactante e Prince reinventa o cáuboi dos comerciais de Marlboro.
Todos se apropriam de fragmentos da cultura visual, pop e erudita, para articular imagens tão sedutoras e excêntricas como suas próprias personalidades.

EMERGENTES
Menos vistosos, também estão na mostra artistas consagrados que trilharam caminhos estéticos mais sutis.
Felix Gonzalez-Torres, cubano radicado nos Estados Unidos, explora questões autobiográficas em instalações que dialogam com o minimalismo, como um grande tapete feito de doces embrulhados em celofane azul.
Questões arquitetônicas e espaços ermos e vazios estão num vídeo de Doug Aitken, artista que já projetou uma série de curtas na fachada do MoMA, em Nova York.
Shirin Neshat, iraniana radicada em Manhattan, também cria videoinstalações mais sóbrias, em que discute a condição feminina no Irã e inventa fantasias utópicas para sublinhar as contradições do mundo muçulmano.
Na ala mais jovem e não menos controversa da América, artistas como Nate Lowman, Paul Chan, Frank Benson, Dan Colen e Terence Koh, chinês radicado em Nova York, reinventam noções de escultura e videoarte em obras críticas à hegemonia norte-americana no planeta e ao consumismo do país.
Entre os mais polêmicos, Koh, famoso por ser amigo da estrela pop Lady Gaga, já vendeu até seus próprios excrementos folhados a ouro e não se acanha em usar esperma e outras secreções como material de suas composições.
Na mostra comemorativa, ele exibe duas esculturas cobertas em ouro e purpurina, construídas com abelhas e a cabeça de um babuíno.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Descrição do erro:
24/08/2011 - 17h12

Quadro de Leonardo da Vinci, roubado pelos nazistas, retorna a Berlim


  • Dama com Arminho, de Leonardo da Vinci é uma das peças exibidas em museu renascentista "Dama com Arminho", de Leonardo da Vinci é uma das peças exibidas em museu renascentista
Berlim, 24 ago (EFE).- A história do retrato no renascimento italiano poderá ser revista a partir desta quinta-feira no Museu Bode de Berlim, através de 150 obras, entre as quais se destaca "Dama com arminho" de Leonardo da Vinci, procedentes de 50 coleções espalhadas por todo o mundo.

Recém-chegado de Madri, o quadro de Da Vinci é sem dúvida a estrela da mostra embora terá que deixá-la cedo, em 31 de outubro, três semanas antes do final da exposição, para incorporar-se a uma retrospectiva no National Gallery de Londres.

Segundo o responsável pela exposição, Steffan Wepelmann, "Dama com Arminho" é o primeiro retrato da história da arte que "vai além da natureza" e inclui elementos abstratos.

Em geral, o retrato foi algo novo no século XV italiano, quando surgiu com grande intensidade, refletindo uma nova maneira de ver o mundo. Entre o século V e o XV, segundo os organizadores, os retratos de indivíduos eram estranhos e os que existem representam personalidades históricas ou de clara importância política.

No século XV, por outro lado, primeiro a Florença e depois em outras cidades italianas, começa a surgir uma proliferação de retratos. Keith Christiansen, diretor do departamento de pintura europeia do Metropolitan Museum, lembrou durante a entrevista coletiva a tese do historiador de arte Jakob Burkhardt segundo a qual o retrato é a melhor forma de representar a visão do mundo do renascimento.

"Queríamos verificar essa tese e queríamos contar a história do retrato", disse Christiansen. Os organizadores estão convencidos que com a exposição se abrem novos olhares sobre o renascimento e mais concretamente sobre a história do retrato, reunindo quadros dos museus berlinenses com outros procedentes de outros museus.

Assim, por exemplo, é a primeira vez que se reúne todos os retratos de Giuliano de Medici realizados por Sandro Boticelli. E, apesar dentre os atrativos da mostra destacam obras como "Retrato do Ancião e a Criança" de Domenico Ghirlandaio e o retrato em miniatura de Lorenzo de Medicis feito por Da Vinci.

No dia 20 de novembro, a exposição em Berlim acabará e no dia 19 de dezembro será transferida para Nova York, embora com algumas mudanças. (Rodrigo Zuleta) 

sábado, 13 de agosto de 2011

Bienal de Arte de Veneza abre suas portas dialogando com o Renascimento

  
Bienal de Arte de Veneza abre suas portas dialogando com o Renascimento
















Foto: Divulgação
"A Criação dos Animais", de Tintoretto, pintado entre 1550 e 1553, é um dos quadros expostos em Veneza
A 54ª edição de Bienal de Arte de Veneza abriu suas portas ao público com uma proposta que reúne história e contemporaneidade e na qual a imagem e as formas audiovisuais são protagonistas. Neste ano, a mostra tem como tema "ILLUMInazioni-ILLUMInations" e conta, além de obras contemporâneas de 83 artistas, com três pinturas do mestre veneziano do Renascimento Tintoretto.

A curadora da Bienal, Bice Curiger, explica que as obras do gênio renascentista, com sua linguagem visual "muito direta", permitem estabelecer um "diálogo com o mundo contemporâneo". Um mundo no qual a imagem, por meio de suas diferentes formas, tanto em fotografia tradicional e digital, quanto em vídeo, curta-metragem, documentário e filme, adquire uma importância capital na transmissão da arte no evento em Veneza.


Foto: Divulgação Ampliar
"A Church of Fear vs. the Alien Within", do alemão Christoph Schligensief
Um exemplo disso está no pavilhão alemão, onde fica a obra deixada por Christoph Schligensief, que relembra sua carreira através do formato audiovisual. O local reproduz em seu interior um oratório. No espaço central está projetada "A Church of Fear vs. the Alien Within", concebida em 2008 pelo artista como a segunda parte da trilogia dedicada a sua doença, após vários meses de quimioterapia e de ter sido operado no pulmão. Schligensief morreu no ano passado.
Nos muros laterais do pavilhão, no espaço dos jardins da Bienal, são reproduzidos seis filmes de diferentes momentos da trajetória do artista e testemunhos de seu projeto "Opera Village", um complexo situado perto da capital de Burkina Fasso que acolhe, entre outros, uma escola que ensina música e cinema.
A imagem também tem um papel fundamental no pavilhão do Chile, que com "Grande Sur", do artista Fernando Prats, leva a Veneza o testemunho da potente natureza chilena, como o terremoto que castigou há mais de um ano o país e a erupção do vulcão Chaitén em 2009. Um projeto que, segundo explicou o comissário do pavilhão, Antonio Arévalo, levou o artista aos locais da geografia chilena nos quais a natureza "explode" e cujas consequências o artista "calca" com seus papéis. Prats documenta o processo com um vídeo em que ficam impressas "as marcas" destes fenômenos naturais.


Foto: Divulgação Ampliar
"Zahra/Farah", da américa Taryn Simon
Uma das propostas que chama a atenção do visitante é a da fotógrafa norte-americana Taryn Symons. Ela é autora de "Farah", imagem final do filme "Guerra sem Cortes" (2007), de Brian De Palma, na qual o cineasta narra a história de quatro soldados americanos mandados ao Iraque, que assassinam e estupram uma jovem e a sua família. A fotografia de Symons, reconhecida por seus trabalhos nos quais dá voz aos oprimidos, é o último fotograma que aparece no longa de De Palma, e nela se vê o corpo da jovem Farah, interpretada pela atriz Zarah Zubeidi, após seu assassinato.
Os "Indignados" do movimento espanhol 15-M também encontraram espaço na bienal, com um grupo de jovens que informavam ontem sobre os objetivos e as origens da mobilização diante do pavilhão da Espanha. O grupo protesta contra o desemprego, corrupção e a política ecônomica do governo espanhol, entre outros temas.
A Bienal de Veneza 2011 contará com participações de 89 países, entre elas, pela primeira vez, as de Andorra, Haiti e Arábia Saudita. Este ano marca o retorno ao evento, com pavilhão próprio e após longa ausência, de países como Índia, Iraque, África do Sul, Costa Rica e Cuba.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

TRILOGIA DA MIMESIS

Projeto Trilogia Mimeses
                             
                                            Figuras do Renascimento
                         1 Estrutura
Como a arte renascentista (pintura, escultura e arquitetura),, representam o imaginário  desse período e como serve de testemunho histórico e reflexo da visão sobre Arte \realidade ?
Usando como pano de fundo essa pergunta é que estruturaremos o primeiro trabalho da trilogia.
A partir das obras, mas não apenas delas, mas também  das teorias de  diversos artistas renascentistas construiremos uma vivencia de laboratório criativo que resultara na produção do vídeo, além de uma conferencia sobre o renascimento e um Workshop.
 Nos laboratórios o grupo pesquisará a natureza do Renascimento com o auxilio de obras em diversas linguagens, ou seja ,investigaremos vídeos, textos e obras de arte, e também de música.
A idéia é construir com os bailarinos/interpretes uma “ coreografia gestual” que possa refletir as ideias sobre o renascimento elaboradas pelo roteirista e o diretor em suas concepções mínimas.
Nesse sentido, mesmo que haja uma estrutura pré-elaborada do que  se pretende realizar, construiremos um espaço de experimentação e troca de impressões de forma a contribuir para o resultado final do processo.
                                            
                                          2 Concepção
  O trabalho é concebido em 2 linhas principais que correspondem  aos aspectos do estudo de arte  pictórica. São eles:
                    >>ICONOLOGICO
Corresponde ao aspecto  propriamente técnico/artística (plástica) da obra, ou seja, de elementos como luz, profundidade, perspectiva, proporção ,cromatismo etc. É um identificador da estética e/ou da linha artística que  é seguida.
>>ICONOGRAFICO
 Corresponde ao aspecto temático da obra, tais como o assunto ou narrativa que é expressado de forma pictórica. Reflete um imaginário cultural  e pode servir de testemunho histórico.

Como exemplo podemos pensar em dois casos emblemáticos:
 Na descoberta das novas técnicas e o florescimento  da noção de Mimeses ( representação da realidade na arte) no caso  Iconológico e na temática crista com as passagens da vida do Messias e dos apóstolos narradas na Bíblia no caso Iconográfico.